segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Um olhar a distância

Sim, bem de longe, pois não quero e não posso agora chegar mais perto...Tive vontade de ir para o meio de um campo e gritar, gritar muito. Depois tive vontade de sair andando sem rumo até ficar tão cansada que não tivesse forças para chorar.
Exceto algumas lágrimas que me escaparam estou chorando por dentro, como uma implosão. Estou tentando uma nova maneira de lidar com a morte, pois já nos encontramos tantas vezes que nos tornamos amigas, então já tem sentido gritar escandalosamente, chorar exageradamente.
Estou tentando não entendê-la (não me atrevo a tanto) mas aceitar calmamente sua visita, aceitar que ela não é má, nem me tirou ou roubou nada, desta vez até me fez um favor, livrou quem eu amo da dor.
A dor da ausência na minha vida...ah! Esta é outra estória. A gente se acostuma a rotina do dia a dia, a encontrar nossos afetos a hora que quisermos, e de repente um tsunami, um terremoto tira tudo do lugar...
Uma cidade não se refaz em um dia, nem uma casa se reergue em um dia, minha vida sem você também não. Meu amor sem sua presença vai ter que se acostumar a te amar na sua ausência. Pois meu amor por você e ainda é vivo e me acompanha diariamente, só vou ter que me acostumar a contar 4 ao invés de 5 e me acostumar com este silêncio que me incomoda mais, muito mais que seus latidos insistentes.
Meu amor por você ainda te ama, só que agora, de olhos fechados...

Escrevi esta carta para meu amado filho que me acompanhou por 12 anos e do qual tive que me despedir em uma eutanásia...já não sofro com sua ausência, nosso amor não permite.

Um comentário:

  1. Yanê, ele virou estrelinha e tá lá no céu, ao lado dos protetores dos animais e um dia vcs se reencontrarão, é só pedir pra Deus! Um amor assim não acaba nessa vida terrena cheia de provações, ele é eterno!

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