domingo, 10 de fevereiro de 2013

Narrativa de um resgate



Primeiro dia: De longe era só uma coisa peluda e suja fugindo de mim e da minha maquina fotográfica – alguém me falou que tinha um poodle na rua de trás da minha casa perambulando e sendo alimentado pelos moradores.

Segundo dia: sentei na calçada e estendi a mão com ração – veio comeu, desconfiado, olhou bem nos meus olhos – Me ferrei! Ele fez o contato! - Falei com uma moradora que estava  dando comida, um paninho pra deitar e só, ninguém se atreveu a mais.
 – Volto amanhã!
E nesta noite choveu! (ai meu Jesus e o pobrezinho lá!)

Terceiro dia: voltei lá para “ tentar” resgata-lo, achando que ia fugir de mim.
Estendi as mãos, e ele veio, peguei no colo e ele se entregou de corpo e alma... e vim pela rua carregando aquela criatura de Deus que agora era responsabilidade minha pois eu a tinha cativado.
Dei um banho, e enquanto eu descobria que ele não era cinza, e sim champanhe, me senti lavando os pés de Cristo e pedindo perdão pelos males que a humanidade na sua prepotência de achar que é mais e melhor que outras espécies, faz.

Quarto dia: encaro este menino, fruto da ganancia e do egoísmo: ele deve ter sido vendido por “criadores” de cães - esta espécie de explorador que procria animais e os vende por lucro- e comprado por pessoinhas egoístas que queriam um brinquedinho fofinho para depois abandonar por motivos bobos e infundados.
 Por falta total de lugar para coloca-lo- tenho outros cães pela casa!- esta a dormir comigo, limpo, alimentado e aquecido.
E quando me olha com olhos cheios de confiança, e admiração por tê-lo resgatado, eu tenho vontade de agradecer a ele, pois nestes momentos compreendo, que  mais uma vez, minha alma foi resgatada.

Dias depois   estou muito feliz, Theo foi adotado (bem adotado!), agora tem casa comida e carinho! ah se todo resgate fosse assim!! entre o dia que o tirei da rua e o dia da adoção: 7 dias! (esta foto a  nova "mãe" dele me mandou!!)